No fundo, a voz de Greg Gonzalez inunda o quarto minúsculo nessa primavera de isolamento. É Portugal, no silêncio da madrugada. Há algumas madrugadas, no mesmo quarto, na mesma primavera, assisti a um dos filmes da Netflix indicado ao Oscar 2020, com um título que não me chamou atenção no início do ano: História de um Casamento.
A indicação, não ao Oscar, mas para mim, veio de alguém muito especial, com a dica: “tu vai te surpreender”. Foi o registro mais surpreendente de algo tão comum. Agora, o Cigarettes After Sex termina sua Apocalypse no verso “You’ve been locked in here forever and you just can’t say goodbye”.
Eu odeio despedidas, e esse filme foi uma imersão em um término. Como um desafio para os apaixonados, História de um Casamento (Marriage Story, 2019), escrito e dirigido por Noah Baumbach, mostra que a separação não é o fim do mundo.
Afinal, há mais relacionamentos que terminaram do que aqueles que deram certo; e o mundo continua aí. Além disso, ele nos desafia a ver que é possível um relacionamento terminar mesmo que exista afeto e admiração.
Começo do fim
O longa inicia com o casal, Nicole (Scarlett Johansson) e Charlie (Adam Driver), lendo anotações sobre as qualidades um do outro. O filme apresenta seu desafio: não é preciso odiar ou ignorar as qualidades para que um relacionamento termine.
Logo, percebemos que Baumbach não trará um olhar superficial sobre os acontecimentos. Aos poucos, descobrimos que a complexidade da situação é respeitada e, em nenhum momento, encontramos um culpado pelo término.
Imergimos na história e percebemos o quanto será difícil este término. O filme não julga. Os diálogos são verdadeiros. A comunicação é incerta.
A estranheza do término
Imagine como seria ter que cumprimentar, com um beijo singelo no rosto, alguém em quem você já deu beijos apaixonados.
É estranho. Não encaixa.
Adam e Scarlett mostram exatamente essa falta de encaixe, esse “não saber como reagir”.
Além desse desconforto sutil, o filme mostra como um término de relacionamento pode ser vivenciado como se fosse o fim do mundo para o casal. Charlie e Nicole buscam o culpado pelo término. Buscam a justificativa perfeita para encerrar aquilo que imaginavam que duraria para sempre.
Os exageros do casal mostram como nós, na vida fora das telas, atuamos com intensidade desmedida.
Aliás, o filme faz essa exposição com maestria. Ele nos obriga a ouvir ambos os lados, o que temos dificuldade de fazer em nosso cotidiano. O filme apresenta mais de um ponto de vista, o que enriquece a análise. Mesmo que você se identifique com um dos lados, você percebe a legitimidade das motivações do outro.
Seria bom fazer isso no dia a dia, não é?
Há uma tensão evidente entre o casal, que foi aumentando com o tempo. Enquanto Charlie acredita que ficar em New York seria bom para ambos, Nicole sente que seu desejo de morar em Los Angeles é ignorado. Ambos expuseram suas certezas; nenhum ouviu com dedicação as necessidades do outro.
O diretor mostra piedade por Charlie embora apresente a intransigência do personagem. Já Nicole sofre por sentir-se apagada diante do casamento e das escolhas de Charlie, mas também é responsabilizada por suas escolhas.
Atuações memoráveis
Para demonstrar as duas perspectivas, Baumbach construiu os personagens com características complementares. Charlie se move, manifestando sua aflição em ações mecanicamente atrapalhadas. Já Nicole se contém, evitando demonstrar o quanto está abalada com a situação.
O casal compõe personagens complexos, profundos, sempre com um controle preciso como quem está prestes a explodir. A cena em que a personagem de Scarlett conta sua história para a advogada é um dos maiores exemplos disso. Ela se controla, segura, aumenta o ritmo da narrativa, até que explode.
Na primeira cena de conversa, Nicole consegue segurar o choro até desabar, distante de Charlie.
Na principal cena de discussão do filme, Charlie movimenta-se entre os cômodos, o tom da conversa vai aumentando, os dois ficam agressivos até que Charlie para, ajoelha-se e desaba.
Uma verdadeira aula de atuação, com todas as nuances de momentos profundos e delicados:
Às vezes, não conseguimos mais aguentar.
Ponto para o ator e para a atriz.
Ponto para a direção.
Ode à complexidade.
Esse é o tom complexo de uma situação que começa como um diálogo, desvia-se por equívocos de comunicação e desemboca em ofensas e exageros.
Soou familiar para você?
Sociedade sendo a sociedade
A forma como sociedade lida com términos também é representada. Em tela, os advogados alimentam o desejo de vingança.
A advogada de Nicole é interpretada por Laura Dern. Com sua sutileza, expressão física e vocal precisas, Dern levou o Oscar 2020 de melhor atriz coadjuvante.
Tanto ela quanto o primeiro advogado de Charlie utilizam histórias pessoais para aconselhar o casal. Para além dos preceitos legais e da busca pelos direitos de seus clientes, parece uma alegoria de como a sociedade pode julgar um casal.
Você também ficou pensando nisso?
História de um Casamento é sobre amor
Bom, pelo menos sobre uma das fases do amor. O filme mostra como as pessoas são passageiras, os relacionamentos terminam, o amor transmuta-se.
Discute os exageros, os desafios práticos como a guarda do filho, a intenção de retomar o casamento, o afeto que permanece, os julgamentos, as vinganças, os erros e os acertos.
Nós, sentados no conforto de nosso silêncio, somos convidados a melhorar: como indivíduos, como casais.
Por isso, não considero História de um Casamento um filme pessimista. É um esforço para, a partir do contra-exemplo, demonstrar os caminhos possíveis para manter um relacionamento saudável.
Em derradeiro, o filme nos diz que bons e maus momentos passam e que não é preciso odiar para terminar. O término pode ser, aliás, o último ato de amor.
Ainda Cigarettes. Agora, em “Don’t Let Me Go”
Valter Machado
Sou estrategista de conteúdo e redator. Escrevo para oferecer caminhos mais leves para as pessoas alcançarem seus objetivos.
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